terça-feira, 16 de outubro de 2007

John & Johnny

http://youtube.com/watch?v=ecrE80rnjhw

Confesso que sou uma anacrônica em crise. Como milhões (seriam bilhões?) de pessoas em todo mundo, vi minha relação com a música ser completamente modificada pelas novas tecnologias. Primeiro, veio o Napster – breve e revolucionário. Depois, o Kazaa (tá, desse nem sinto tanta falta: enchia o computador de vírus), Soulseek, Rapidshare, eMule... A arcaica conexão discada deu lugar ao cabo que, por sua vez, sucumbiu ao wireless. Quer lugar melhor para provar as teorias de Darwin do que a Internet? De repente, ouvir a trilha sonora do filme “Across the Universe”, uma exuberante declaração de amor às canções dos Beatles que ainda nem tem data para estrear no Brasil, fica a um clique do mouse. Resgatar uma gravação original de "Que reste-t-il de nos amours?" com seu autor Charles Trenet leva apenas alguns minutos.

Mas a cada novo mecanismo de compartilhar arquivos, quanto mais rápida minha conexão se torna, maior fica minha “discoteca física”. A anacrônica fala mais alto e não troca o prazer de rasgar o plástico-filme que embala um único CD por todos os Gigabytes do HD do notebook. Ou por passar horas perdidas nas boas lojas de disco que ainda resistem na sua cidade. Sim, mesmo com todos os novos canais de acesso, sempre se acha uma novidade ou um disco raro. OK, vocês podem dizer que nem sou tão anacrônica assim: bom mesmo é ter saudade dos bolachões e suas insubstituíveis capas e encartes. Bem, quem me conhece, sabe que sou modesta e deixo o culto aos bolachões aos verdadeiros colecionadores. Sou uma mera apreciadora de boa música com direito a recaídas ao lado mais obscuro do brega.

Então, começo minha participação como DJ convidada neste blog para lá de inspirado com uma canção que, primeiro, baixei na internet para depois adquirir o CD. Afinal, é quase uma obrigação ter “John Coltrane and Johnny Hartman” (1963). O sax tenor de Coltrane dispensa apresentações e é celebrado por gerações e gerações não apenas de entusiastas do jazz, mas por todos aqueles que prezam a sofisticação de um músico supremo. Mas o talento do crooner Johnny Hartman anda meio esquecido. Uma pena. Quem ouvir “My One and Only Love” há de concordar comigo que a voz de Hartman é quente e melancólica nos transportando para o lirismo presente na letra.

My One and Only Love

The very thought of you makes my heart sing
Like an April breeze
On the wings of spring
And you appear in all your splendor
My one and only love

The shadows fall and spread their mystic charms
In the hush of night
While you're in my arms
I feel your lips so warm and tender
My one and only love

The touch of your hand is like heaven
A heaven that I've never known
The blush on your cheek whenever I speak
Tells me that you are my own
You fill my eager heart with such desire
Every kiss you give sets my soul on fire
I give myself in sweet surrender
My one and only love

3 comentários:

Ilis disse...

bienvenida!
:-D
bj

Anônimo disse...

Valei-me Pat Karam! Que boa surpresa! Bem vinda a este espaço! E começou bem, hem? Beleza!

Unknown disse...

e o meu cd que tava esquecido na estante embala agora o resto da tarde...(até que é bom férias!)

beijos em todas e parabéns pelo espaço!

P.S. E o lado brega mesmo, hein, pat? vai ter coragem de apresentar o seu araújo para o resto da humanidade?

carol duma